TIO GLAYDSTON
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quarta-feira, 27 de junho de 2012
Uma fábula sobre coxinhas
Era uma vez em um reino distante, um povo que adorava coxinhas. A coxinha era a melhor coisa do mundo, e todo mundo gostaria de ter coxinhas em casa.
O governante sabia disso, e por isso sempre sabia onde encontrá-las. Mas o povo não. O povo sempre batalhava e trabalhava pra ter dinheiro pra comprar coxinhas. Só que nunca dava, porque existia no reino um imposto chamado ICSC – Imposto compulsório sobre coxinhas. Era um imposto engraçado, porque as pessoas pagavam um imposto para ter direito a ter coxinhas, mas não as tinham, e nunca sobrava dinheiro para comprá-las depois que pagavam o imposto. E o governante sempre prometia que haveria coxinhas pra todo mundo, mas nunca tinha.
Engraçado, não é, porque com o valor que cada um pagava pelo ICSC daria pra comprar coxinhas durante o ano todo, mas parece que ninguém nunca tinha pensado muito nisso...
Mas chegou um dia em que o povo começou a se questionar, se rebelar. E não é que essa rebeldia estava até rendendo frutos? Fizeram até hashtags no twitter pra xingar muito...
Eis que do povo apareceu um homem que decidiu que queria ser o novo governante. Viu que a coisa não poderia continuar como estava e decidiu que queria mudar. Queria que as pessoas tivessem cumprido o direito de ter coxinhas quando quisessem. E prometeu que daria coxinhas a todo mundo se conseguisse chegar ao governo. Prometeu...
O governante ficou preocupado, mas seus assessores o tranqüilizaram, afinal só eles sabiam onde encontrar coxinhas. Então bolaram um plano mirabolante. Faltando poucos dias para as “escolhas governamentais”, (que no nosso país se chamam eleições – mas estamos falando de outro reino, não é...) a turma do governante deu uma grande festa, com muita coxinha sendo distribuída para a população.
Todo mundo se esbaldou de coxinha. Quem conseguiu até levou algumas pra casa. Não ia durar muito, todo mundo sabia, mas e daí? Todo mundo estava feliz porque conseguiu sua coxinha temporária.
E não deu outra: o governante, junto com toda sua turma, continuou no poder. O povo festejava nas ruas. “Nosso governante é o melhor porque ele nos dá coxinha!”
Passou o período de festa. Tudo voltou ao normal. Todo mundo continuou pagando o ICSC, ninguém mais tinha coxinha em casa, e a insatisfação geral começou de novo a aparecer.
O governante está dormindo tranqüilo, afinal só haverá novas escolhas governamentais daqui a quatro anos. E ele sabe muito bem o que tem que fazer pra ganhar de novo...
Se você se identificou com a fábula, PENSE antes de dar seu voto a quem promete “festas e coxinhas” a você.
E seja um pouco mais feliz nos próximos quatro anos, tendo a consciência tranquila de que fez a sua parte.
terça-feira, 15 de maio de 2012
Apenas um ponto de vista...
Antes de iniciar este texto, gostaria de fazer algumas ponderações. Não, não sou um comunista ferrenho, não tenho nenhuma simpatia por regimes autoritários, não sou a favor de qualquer tipo de trabalho forçado e nem defensor da China. Apenas acredito e luto por um país mais digno e igualitário, um país que seja realmente de TODOS. Dito isto, e certo de que você, caro leitor, não entendeu nada até agora, vamos ao texto.
Domingo passado, curtindo o restinho de fim de semana com minha esposa e meus filhos, acabei meio que por acidente (sim, acidente mesmo, porque quase não assisto mais à televisão) assistindo a uma reportagem num programa que discutia “o rigoroso método de educação da China”.
Mostraram alguns pontos que, de certa forma, contrariam alguns dos nossos costumes, afinal brasileiro não está acostumado a seguir regras nem depois de adulto, quem dirá quando criança. O que falar então de compromisso e pontualidade? O que dizer de crianças que fazem tudo que precisa ser feito sem que ninguém precise pedir? O que dizer de alunos que respeitam regras até quando não tem ninguém olhando? “Absurdo”!
Tudo ia relativamente bem, ressalvados os pontos acima, quando me aparece a pérola da noite. Recrutaram-se algumas mães “celebridades” para opinar sobre educação de seus filhos e confrontar o método chinês. Mães que, fruto de seu trabalho, conseguem ter seus filhos em um patamar acima da média da realidade do povo brasileiro. Não vejo problema necessariamente no “ser celebridade”, tampouco no fato de serem pessoas que têm uma situação financeira superior à maioria da população, mas no fato de se pedir opinião a pessoas que não tem absolutamente nada a ver com o assunto. Não foi pedida a opinião de um professor, não foi pedida a opinião de quem realmente vive e presencia as mazelas de um sistema educacional falido como o nosso, e, se era pra pedir a opinião de uma mãe, porque não buscar uma mãe de aluno de escola pública, que tem que trabalhar e se virar pra viver enquanto seus filhos estão em escolas abandonadas à sorte e à boa vontade dos professores. Sim, porque a boa vontade dos professores é a única coisa que resta na educação deste país.
E quando eu acreditei que já tinha visto de tudo, eis que me aparece uma enquete de votação popular (com SMS a R$0,33 + impostos), perguntando se “Você concorda com o método educacional chinês”...
É sério isso? Que envergadura moral nós temos pra questionar um modelo educacional de outro país? Que direito temos de discordar com um modelo que, como dito anteriormente, contraria nossos (maus) costumes, mas que se mostra correto e vencedor? E a mais intrigante das perguntas, e a mais simplória de todas: Será que o gênio que “bolou” a enquete tem em mente que não faz a menor diferença se eu concordo ou não com o modelo chinês? Caramba!. Meus filhos são brasileiros! Eles estudam aqui!
A China vem crescendo assustadoramente, engolido tudo à frente, contrariando até as mais sólidas regras do capitalismo mundial, e quem saca o mínimo de economia sabe exatamente do que eu estou falando. E todo seu sucesso só pode ser explicado pela educação. O país tem a maior evolução já registrada na ciências e os cientistas mais bem sucedidos do mundo.
E ponto.
Há quem diga: “Ah, mas a mão de obra é barata, o trabalho é escravo, blá, blá, blá...”
Sério? Um trabalhador chinês trabalha muito sim (costume oriental), ganha pouco sim, mas nem tanto. O salário mínimo chinês, convertido em moeda internacional para comparação, perde muito pouco para o nosso. Mas agora vamos lá.
O Chinês não paga imposto de renda como o nosso, não tem despesa médica (e tem saúde de qualidade sem pagar plano de saúde), não paga para ter uma educação de primeira linha, não tem gasto com moradia, não sustenta político corrupto, não trabalha 4 meses do ano para pagar impostos, não compra carro com preço extorsivo, ... Deixa pra lá...
Qual é o povo que trabalha como escravo mesmo?
Aí me aparece alguém pra dizer que na China há muita desigualdade social. Para esse indivíduo só me vem uma resposta em mente: dá uma voltinha nos arredores mais distantes da sua cidade e depois a gente volta a conversar.
Acredito que está na hora do acordarmos. Está mais que na hora de fazer acontecer e deixar de aceitar certas coisas. E principalmente parar de acreditar em tudo o que nos é imposto. Que possamos nós mesmos ser senhores e senhoras de nossa história, que possamos construir nosso futuro em base sólida. E que possamos estar cientes que o “show da vida” de verdade depende das decisões de cada um de nós. Ele não vem embrulhado numa caixinha mágica na noite de domingo.
Uma boa semana a todos!
quarta-feira, 21 de março de 2012
Do que precisamos de verdade?
A cena é mais comum do que se imagina: Um jovem candidato a uma vaga de emprego, com um currículo impecável (e invejável) está numa sala, com o agente de RH, e precisa apenas passar por uma pequena dinâmica. Acredita que a vaga será sua, afinal já avaliou todos os seus concorrentes, e se certificou que nenhum deles está à sua altura. Sua formação em uma grande e renomada universidade, todos os seus cursos de línguas (feitos desde que era criança), seus cursos e mais cursos de capacitação e aperfeiçoamento lha dão uma segurança única. Nada poderá detê-lo.
E então a dinâmica começa. Uma tarefa simples: Montar um pequeno quebra-cabeça. Tarefa irrisória, pensa ele...
O instrutor autoriza o início e nosso jovem começa buscar a solução desesperadamente. Não basta apenas concluir a tarefa. Antes de mais nada, ele deseja ser o primeiro a terminar, precisa mostrar que é rápido, que é eficiente, que é o melhor. Então se desliga a tudo à sua volta e se debruça sobre suas peças, tomando um cuidado especial para que ninguém veja o que está fazendo, afinal de contas, não quer facilitar as coisas pra ninguém.
Mas estranhamente, parece que as peças não se encaixam, e bate um nervosismo. Recomeça a montagem, separa as peças por encaixes, racionalmente, procura imagens parecidas. Nada...
Pouco tempo depois alguém anuncia que conseguiu montar. “Droga! Tudo, bem, não fui o primeiro, mas inda assim vou montar o meu. Vai que o de Fulano está errado.”
Alguém se oferece pra ajudar, mas o jovem educadamente recusa. Precisa mostrar pra empresa que pode resolver sozinho os problemas propostos a ele.
Depois de alguns minutos, o instrutor indica que o tempo se esgotou. O jovem se desespera. Como assim não conseguiu realizar uma tarefa tão simples? Olha ao redor e percebe que a maioria dos candidatos conseguiu solucionar o desafio. Apenas ele e outros dois candidatos não terminaram. Aí vem a surpresa.
O instrutor parabeniza aqueles que perceberam que nunca conseguiriam resolver o desafio sozinhos, e revela que as peças de todos os candidatos estavam misturadas. Apenas com cooperação, com a busca de auxílio, o quebra-cabeça poderia ser solucionado.
Frustrado, nosso jovem candidato é descartado e volta pra casa com o gosto amargo do fracasso. Onde ele errou? O que faltou em sua formação?
Faltou aquilo que é mais importante, aquilo que a cada dia se torna mais raro. Faltou humildade de reconhecer que sozinhos não somos nada.
Somos “treinados” a cada dia para sermos melhores, para sermos absolutos. Mas se esquecem de nos dizer que sempre precisamos de alguém do nosso lado. Se esquecem de nos dizer, e nós nos esquecemos de perceber, que não podemos ser nada sozinhos.
Falta na formação de nossos jovens o convívio humano. Falta às nossas crianças, tão tomadas por cursos de línguas, de natação, de ginástica e de tudo mais, tempo para simplesmente brincar. E brigar também. Porque é durante as brincadeiras e brigas da infância que aprendemos as coisas mais importantes da nossa vida. Aprendemos com as brincadeiras que regras existem e devem ser cumpridas. Aprendemos que se alguém não “brincar direito”, esse alguém vai atrapalhar a brincadeira de todo mundo. Aprendemos com as brigas que às vezes é melhor deixar pra lá e continuar brincando, mas que às vezes também é bom defender seu ponto de vista em relação a algo que se acredita, até que se consiga convencer o outro. É assim que aprendemos a resolver conflitos da melhor forma possível. Não há universidade ou curso de capacitação que tenha um método mais eficiente de ensinar isso.
Mas principalmente se aprende, quando se é criança, que estar só não tem graça, que nada faz sentido, que a “brincadeira” não funciona se você quiser jogar sozinho. Aprende-se que não há nada melhor do que vencer com seus amigos, mas que se não vencer, sempre se pode brincar de novo. E que dá pra brincar até com quem não é tão seu amigo, e a brincadeira continuará sendo legal.
A todos, meu Bom Dia!
segunda-feira, 28 de março de 2011
HIPOCRISIA
Está lá no MICHAELIS: Hipocrisia: Manifestação de fingidas virtudes, sentimentos bons, devoção religiosa, compaixão etc.; fingimento, falsidade.
Que tristes tempos estes em que vivemos. A era da hipocrisia total, dos “verdadeiramente falsos”, dos bons moços de plantão em prol do politicamente correto, dos moralistas defensores dos fracos e oprimidos.
Mas não é só isso (antes fosse, como se a tragédia fosse pequena). Vivemos uma era de pseudo artistas, de celebridades que aparecem e desaparecem - graças ao bom Deus - na mesma velocidade. De pessoas que tratam nossas mentes e nossa cultura com o mesmo cuidado que dispensam aos bens materiais de uma sociedade consumista. Não conhecem valores. E não querem conhecê-los. E, via de regra, ainda são tratados por “Heróis...”
Recordo-me dos meus tempos de infância, e nem faz tanto tempo assim, em que tínhamos heróis de verdade. E não raro nossos pais eram também nossos heróis. Lembro-me dos sonhos dos colegas de escola, dos que queriam ser jogador de futebol porque gostavam de futebol, e não porque poderiam ir pra balada e sair com traficantes e serem considerados “imperadores”. Dos que queriam ser médicos porque se preocupavam com alguém e não pra ganhar dinheiro e desfilar de carrão. Das meninas que sonhavam em ser modelo, e nem sabiam o que é ser uma mulher-fruta. Dos que queriam ser somente operários, motoristas de caminhão, e tantas outras coisas mais - porque o mundo precisa deles mais do que de doutores – sem se preocupar se seriam tratados como os excluídos da sociedade. Dos que tinham sonhos...
Recordo-me dos bons amigos, Carazinho, Zé Léo, Negão, Montanha, Cobrakan, e tantos outros com os quais não tenho mais contato. Mas que fizeram-me crescer como pessoa. Porque brincávamos e porque brigávamos. Mas acima de tudo, porque nos respeitávamos de verdade, sabendo que um apelido não menosprezava o valor de uma amizade verdadeira. Fico pensando como seria hoje. Acho que causaríamos espanto (ou um processo judicial) se nos cumprimentássemos na rua dizendo “Como vai Negão”, e o outro respondendo “Tô beleza, Palermância” (este era eu...).
Impensável, afinal vivemos a era da hipocrisia. A era dos que têm liberdade de expressão, mas só podem expressar aquilo que é politicamente correto, o que está de acordo com a moral e os bons costumes. Daqueles que perderam seus ídolos, sufocados pela “sociedade”, sempre alerta pra lhe mostrar o que é bom pra você e o que não é.
Tenho saudades de um tempo em que ligava o rádio e escutava Legião Urbana, Paralamas, Kid Abelha, RPM e tantos outros artistas que nos presenteavam com MÚSICA. Tenho saudades de uma época em que rockeiro era rockeiro, se vestia de preto e ponto. Tenho saudades do tempo em que um jogador de futebol jogava bola. Que um cantor sabia pelo menos cantar, e as músicas eram feitas com mais guitarras, baterias e teclados e menos computadores e sintetizadores. Tenho saudades do tempo em que precisava estudar pra passar de ano, sem ter um especialista no jornal da tarde alertando sobre “os problemas de uma repetência na minha autoestima”. E, principalmente, tenho saudades de um tempo em que poderia ser autêntico, poderia ser eu mesmo, sem precisar ser hipócrita para agradar a todos ao meu redor, e nem por isso seria considerado revolucionário.
Mas os tempos são outros. Não adianta ser saudosista. Resta-me recolher-me à minha insignificância individual num mundo globalizado. Viva a hipocrisia!
Que tristes tempos estes em que vivemos. A era da hipocrisia total, dos “verdadeiramente falsos”, dos bons moços de plantão em prol do politicamente correto, dos moralistas defensores dos fracos e oprimidos.
Mas não é só isso (antes fosse, como se a tragédia fosse pequena). Vivemos uma era de pseudo artistas, de celebridades que aparecem e desaparecem - graças ao bom Deus - na mesma velocidade. De pessoas que tratam nossas mentes e nossa cultura com o mesmo cuidado que dispensam aos bens materiais de uma sociedade consumista. Não conhecem valores. E não querem conhecê-los. E, via de regra, ainda são tratados por “Heróis...”
Recordo-me dos meus tempos de infância, e nem faz tanto tempo assim, em que tínhamos heróis de verdade. E não raro nossos pais eram também nossos heróis. Lembro-me dos sonhos dos colegas de escola, dos que queriam ser jogador de futebol porque gostavam de futebol, e não porque poderiam ir pra balada e sair com traficantes e serem considerados “imperadores”. Dos que queriam ser médicos porque se preocupavam com alguém e não pra ganhar dinheiro e desfilar de carrão. Das meninas que sonhavam em ser modelo, e nem sabiam o que é ser uma mulher-fruta. Dos que queriam ser somente operários, motoristas de caminhão, e tantas outras coisas mais - porque o mundo precisa deles mais do que de doutores – sem se preocupar se seriam tratados como os excluídos da sociedade. Dos que tinham sonhos...
Recordo-me dos bons amigos, Carazinho, Zé Léo, Negão, Montanha, Cobrakan, e tantos outros com os quais não tenho mais contato. Mas que fizeram-me crescer como pessoa. Porque brincávamos e porque brigávamos. Mas acima de tudo, porque nos respeitávamos de verdade, sabendo que um apelido não menosprezava o valor de uma amizade verdadeira. Fico pensando como seria hoje. Acho que causaríamos espanto (ou um processo judicial) se nos cumprimentássemos na rua dizendo “Como vai Negão”, e o outro respondendo “Tô beleza, Palermância” (este era eu...).
Impensável, afinal vivemos a era da hipocrisia. A era dos que têm liberdade de expressão, mas só podem expressar aquilo que é politicamente correto, o que está de acordo com a moral e os bons costumes. Daqueles que perderam seus ídolos, sufocados pela “sociedade”, sempre alerta pra lhe mostrar o que é bom pra você e o que não é.
Tenho saudades de um tempo em que ligava o rádio e escutava Legião Urbana, Paralamas, Kid Abelha, RPM e tantos outros artistas que nos presenteavam com MÚSICA. Tenho saudades de uma época em que rockeiro era rockeiro, se vestia de preto e ponto. Tenho saudades do tempo em que um jogador de futebol jogava bola. Que um cantor sabia pelo menos cantar, e as músicas eram feitas com mais guitarras, baterias e teclados e menos computadores e sintetizadores. Tenho saudades do tempo em que precisava estudar pra passar de ano, sem ter um especialista no jornal da tarde alertando sobre “os problemas de uma repetência na minha autoestima”. E, principalmente, tenho saudades de um tempo em que poderia ser autêntico, poderia ser eu mesmo, sem precisar ser hipócrita para agradar a todos ao meu redor, e nem por isso seria considerado revolucionário.
Mas os tempos são outros. Não adianta ser saudosista. Resta-me recolher-me à minha insignificância individual num mundo globalizado. Viva a hipocrisia!
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Para refletir...
Aposto que você, como todo mundo, sente um friozinho na barriga todo domingo à tarde. Aquela sensação estranha de “já acabou e eu ainda não fiz nada.”
Isso aconteceu comigo também.
Não sei se já era efeito das cervejas que eu tomei pra comemorar o Dia dos Pais, ou uma deprê de fim de semana, mas parei pra refletir sobre uma coisa. Já reparou que a gente só dá valor às coisas quando elas acabam?
Temos uma vida inteira pra lutar por nosso sonhos, mas inventamos desculpas para postergar nossas ações. E, no final, assim como no fim de domingo, ficamos desejando que pudéssemos ter um pouquinho a mais de tempo pra fazer aquilo que ficou faltando.
A presença dos nossos pais e amigos são tantas vezes ignoradas no nosso dia a dia corrido, e quando eles não estão mais presentes a gente chora e sente saudades, e daria tudo pra ter mais um momentinho juntos.
Sabe aquele amor inesquecível que você teve? Fala a verdade! Só se tornou inesquecível depois que acabou, foi ou não foi?
E refletindo, cheguei à terrível conclusão que o que torna nossos momentos especiais, o que torna pessoas, amores, amigos e tudo mais inesquecível é o FIM. Só o FIM nos mostra o verdadeiro valor das coisas.
Se todo dia fosse domingo, daí a pouco ninguém mais daria atenção, seria uma coisa normal, uma rotina. Assim como é “rotina” viver com os pais, encontrar um namorado ou namorada, encontrar aquele amigo que te ama tanto e você nunca se deu conta disso. Os domingos, como tudo mais que realmente importa na nossa vida, são especiais porque ACABAM. E só descobrimos o quanto valiam pra nós quando acabam. A gente só sente falta quando acaba.
No caso do domingo, ainda sabemos que haverá outro daqui a uma semana, embora não saibamos se estaremos aqui para ver.
No caso de um grande amor, uma amizade verdadeira, a companhia dos pais e irmãos, quando acaba, corre-se o risco de ser pra sempre. E sempre é um tempo longo demais pra se passar sem alguém especial.
Não sei se minha filosofia dominical serviu para alguma coisa. Mas gostaria de compartilhar com você este meu pensamento. Não deixe de aproveitar AGORA, cada segundo. A gente não sabe quando a “nossa olimpíada” vai chegar ao fim.
Se você ama alguém, diga-lhe isso agora. Se tiver mágoas, perdoe agora. Se quiser abraçar, abrace agora. Não deixe para depois, para o “entardecer do nosso domingo”, senão a única coisa que vai ficar é o gostinho de “quero mais”.
Aproveite o seu dia... seu minuto, seu segundo! Não deixe passar nada em branco. Viva esta dádiva de Deus chamada HOJE. Amanhã é futuro, quando chegar a gente vê. O passado é bom mas é passado. HOJE é o que importa. VIVA!
Isso aconteceu comigo também.
Não sei se já era efeito das cervejas que eu tomei pra comemorar o Dia dos Pais, ou uma deprê de fim de semana, mas parei pra refletir sobre uma coisa. Já reparou que a gente só dá valor às coisas quando elas acabam?
Temos uma vida inteira pra lutar por nosso sonhos, mas inventamos desculpas para postergar nossas ações. E, no final, assim como no fim de domingo, ficamos desejando que pudéssemos ter um pouquinho a mais de tempo pra fazer aquilo que ficou faltando.
A presença dos nossos pais e amigos são tantas vezes ignoradas no nosso dia a dia corrido, e quando eles não estão mais presentes a gente chora e sente saudades, e daria tudo pra ter mais um momentinho juntos.
Sabe aquele amor inesquecível que você teve? Fala a verdade! Só se tornou inesquecível depois que acabou, foi ou não foi?
E refletindo, cheguei à terrível conclusão que o que torna nossos momentos especiais, o que torna pessoas, amores, amigos e tudo mais inesquecível é o FIM. Só o FIM nos mostra o verdadeiro valor das coisas.
Se todo dia fosse domingo, daí a pouco ninguém mais daria atenção, seria uma coisa normal, uma rotina. Assim como é “rotina” viver com os pais, encontrar um namorado ou namorada, encontrar aquele amigo que te ama tanto e você nunca se deu conta disso. Os domingos, como tudo mais que realmente importa na nossa vida, são especiais porque ACABAM. E só descobrimos o quanto valiam pra nós quando acabam. A gente só sente falta quando acaba.
No caso do domingo, ainda sabemos que haverá outro daqui a uma semana, embora não saibamos se estaremos aqui para ver.
No caso de um grande amor, uma amizade verdadeira, a companhia dos pais e irmãos, quando acaba, corre-se o risco de ser pra sempre. E sempre é um tempo longo demais pra se passar sem alguém especial.
Não sei se minha filosofia dominical serviu para alguma coisa. Mas gostaria de compartilhar com você este meu pensamento. Não deixe de aproveitar AGORA, cada segundo. A gente não sabe quando a “nossa olimpíada” vai chegar ao fim.
Se você ama alguém, diga-lhe isso agora. Se tiver mágoas, perdoe agora. Se quiser abraçar, abrace agora. Não deixe para depois, para o “entardecer do nosso domingo”, senão a única coisa que vai ficar é o gostinho de “quero mais”.
Aproveite o seu dia... seu minuto, seu segundo! Não deixe passar nada em branco. Viva esta dádiva de Deus chamada HOJE. Amanhã é futuro, quando chegar a gente vê. O passado é bom mas é passado. HOJE é o que importa. VIVA!
segunda-feira, 1 de junho de 2009
O hipertexto – fim da fronteira entre o autor e o leitor
Com a criação e popularização da internet, uma ferramenta importantíssima na produção textual ficou em evidência: o uso dos hipertextos (links e hiperlinks, na linguagem da rede). Esses recursos permitem ao leitor escolher os rumos de sua leitura, através de atalhos que levam a assuntos relacionados ao tópico principal de seu interesse. A leitura de um hipertexto, por oferecer múltiplos caminhos e inferências, jamais será exatamente igual entre leitores, pois cada um terá sua própria trajetória, mas todos com um objetivo comum: resolver o problema ali apresentado.
Dessa forma, o leitor sai da posição de mero “espectador” do texto e assume o papel de co-autor, porque o texto nunca está finalizado. Você pode abrir várias vezes um mesmo texto e lê-lo sempre de forma diferente, buscando caminhos diferentes pelos links.
A compreensão de um hipertexto depende das inferências do leitor e para isso é necessário que saiba encontrar e destacar relevantemente o tópico principal e seus seqüenciadores. Para isso os links com função dêitica monitoram o leitor no sentido da seleção de focos de conteúdos para uma leitura mais aprofundada e para a resolução do problema em questão. Do ponto de vista da leitura, perceber o que é relevante vai depender, em muito, da habilidade do hiperleitor, não só de seguir as pistas que lhe são oferecidas, mas verificar o “problema/objetivo” e encontrar a sua solução. Assim, hiperlinks e nós, tematicamente interconectados, seremos os grandes operadores da continuidade de sentidos e da progressão referencial do hipertexto, desde que o hipernauta seja capaz de seguir, de forma coerente com o projeto e os objetivos da leitura, o percurso assim indicado.
Para ilustrar minha fala, relato de forma breve uma análise feita do site http://www.apolo11.com. Esse site, que tem como público alvo pessoas que gostam de astronomia, é produzido utilizando uma linguagem de fácil compreensão, e mesmo as pessoas que não são especialistas no estudo dos astros conseguem compreender bem as informações ali contidas. Organizado de forma a facilitar a localização de qualquer tema relacionado, o site permite, através de links na página inicial, que o internauta acompanhe o lançamento de foguetes, localize e visualize satélites e planetas, assista a vídeos explicativos e até que se comunique (com data e hora marcadas) com os astronautas residentes da International Space Shuttlle, a estação orbital internacional. E, através dos links, o leitor pode direcionar sua pesquisa para entender fenômenos, aprender sobre satélites, naves, planetas, constelações, aprender a utilizar telescópios (ou comprá-los, se achar mais conveniente). Ou seja, cada leitor construirá seu próprio texto, segundo sua necessidade ou curiosidade. Forma-se o que Bolter (1991) definiu como “um espaço aberto, sem margens e sem fronteiras”.
Dessa forma, o leitor sai da posição de mero “espectador” do texto e assume o papel de co-autor, porque o texto nunca está finalizado. Você pode abrir várias vezes um mesmo texto e lê-lo sempre de forma diferente, buscando caminhos diferentes pelos links.
A compreensão de um hipertexto depende das inferências do leitor e para isso é necessário que saiba encontrar e destacar relevantemente o tópico principal e seus seqüenciadores. Para isso os links com função dêitica monitoram o leitor no sentido da seleção de focos de conteúdos para uma leitura mais aprofundada e para a resolução do problema em questão. Do ponto de vista da leitura, perceber o que é relevante vai depender, em muito, da habilidade do hiperleitor, não só de seguir as pistas que lhe são oferecidas, mas verificar o “problema/objetivo” e encontrar a sua solução. Assim, hiperlinks e nós, tematicamente interconectados, seremos os grandes operadores da continuidade de sentidos e da progressão referencial do hipertexto, desde que o hipernauta seja capaz de seguir, de forma coerente com o projeto e os objetivos da leitura, o percurso assim indicado.
Para ilustrar minha fala, relato de forma breve uma análise feita do site http://www.apolo11.com. Esse site, que tem como público alvo pessoas que gostam de astronomia, é produzido utilizando uma linguagem de fácil compreensão, e mesmo as pessoas que não são especialistas no estudo dos astros conseguem compreender bem as informações ali contidas. Organizado de forma a facilitar a localização de qualquer tema relacionado, o site permite, através de links na página inicial, que o internauta acompanhe o lançamento de foguetes, localize e visualize satélites e planetas, assista a vídeos explicativos e até que se comunique (com data e hora marcadas) com os astronautas residentes da International Space Shuttlle, a estação orbital internacional. E, através dos links, o leitor pode direcionar sua pesquisa para entender fenômenos, aprender sobre satélites, naves, planetas, constelações, aprender a utilizar telescópios (ou comprá-los, se achar mais conveniente). Ou seja, cada leitor construirá seu próprio texto, segundo sua necessidade ou curiosidade. Forma-se o que Bolter (1991) definiu como “um espaço aberto, sem margens e sem fronteiras”.
A utilização da internet e seus recursos como aliados no processo de ensino A aprendizagem mediada pelo computador
A internet tem se tornado, cada dia mais, uma grande ferramenta de pesquisa e fonte de informação e lazer para nossos jovens. É um espaço democrático. Não importa quem você é, qual sua classe social ou seu nível de formação intelectual. No espaço cibernético podemos ser quem ou o que quisermos. Mas toda a comodidade e facilidade que ela propõe tem um preço. Tão fácil como encontrar informações corretas e coerentes é encontrar informações erradas e superficiais. Aqui, novamente, se torna indispensável a presença de um orientador.
De maneira especial, em nossas escolas. Podemos e devemos direcionar o uso da internet e seus recursos para promover a construção do conhecimento dos nossos alunos. Temos, hoje, uma ferramenta com potencial inesgotável (e muitas vezes inexplorado em nossas escolas) para interagir com nossos estudantes e levá-los a “filtrar” aquilo que está na grande rede. E mesmo para complementar a prática tradicional de ensino. Podemos citar como exemplo a eterna luta para que os alunos produzam textos na escola ou se dediquem à leitura. Mas simplesmente ignoramos a quantidade de textos que esse mesmo aluno pode ler ou produzir num único dia, respondendo aos scraps de sua página em um site de relacionamento, conversando on line através de programas de mensagens instantâneas ou atualizando depoimentos em seus blogs. E quando ignoramos esses textos, jogamos fora uma grande oportunidade de promover um aprendizado de qualidade e, principalmente, que faça “sentido” na vida do estudante.
Nossos alunos não vão deixar de acessar a internet para ler Camões. Ao contrário, quando essa leitura for proposta, é mais provável que busquem pela internet um resumo da obra. E isso ilustra um mau uso da rede. Sem orientação adequada, nossos alunos vão continuar utilizando de forma inadequada o potencial da internet, vão continuar escrevendo mal em seus blogs, sites e mensagens, e, o pior, vão continuar trazendo para a escrita seus vícios de “internetês”.
Costumo dizer que um direcionamento correto do uso da internet é tão importante para o jovem como uma boa conversa sobre sexo. Com ou sem uma boa orientação, ele vai acabar aprendendo. E faz toda a diferença “com quem” ele vai aprender.
De maneira especial, em nossas escolas. Podemos e devemos direcionar o uso da internet e seus recursos para promover a construção do conhecimento dos nossos alunos. Temos, hoje, uma ferramenta com potencial inesgotável (e muitas vezes inexplorado em nossas escolas) para interagir com nossos estudantes e levá-los a “filtrar” aquilo que está na grande rede. E mesmo para complementar a prática tradicional de ensino. Podemos citar como exemplo a eterna luta para que os alunos produzam textos na escola ou se dediquem à leitura. Mas simplesmente ignoramos a quantidade de textos que esse mesmo aluno pode ler ou produzir num único dia, respondendo aos scraps de sua página em um site de relacionamento, conversando on line através de programas de mensagens instantâneas ou atualizando depoimentos em seus blogs. E quando ignoramos esses textos, jogamos fora uma grande oportunidade de promover um aprendizado de qualidade e, principalmente, que faça “sentido” na vida do estudante.
Nossos alunos não vão deixar de acessar a internet para ler Camões. Ao contrário, quando essa leitura for proposta, é mais provável que busquem pela internet um resumo da obra. E isso ilustra um mau uso da rede. Sem orientação adequada, nossos alunos vão continuar utilizando de forma inadequada o potencial da internet, vão continuar escrevendo mal em seus blogs, sites e mensagens, e, o pior, vão continuar trazendo para a escrita seus vícios de “internetês”.
Costumo dizer que um direcionamento correto do uso da internet é tão importante para o jovem como uma boa conversa sobre sexo. Com ou sem uma boa orientação, ele vai acabar aprendendo. E faz toda a diferença “com quem” ele vai aprender.
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